Respostas por parte dos Governos e Organizações
Governos e organizações, preocupados com as conseqüências do desenvolvimento insustentável, estão destinando maior atenção a assuntos como poluição atmosférica, chuva ácida, riscos com o aquecimento global e destruição do ozônio: estão começando a responder a tais ameaças com várias iniciativas para proteger a atmosfera.
Em 1987, a Comissão mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento assinou um acordo internacional sobre programas para reduzir as emissões de gases estufa. Em novembro de 1988, representantes de 30 nações e de 15 organizações internacionais se reuniram para formar o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas em Genebra, organizado pela Organização Meteorológica Mundial e o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas. Três grupos de trabalho foram estabelecidos para desenvolver propostas específicas, para os anos 90, a uma convenção internacional, a fim de reduzir as emissões de carbono. Tal programa contou com o apoio de agências internacionais credenciadas no sentido de prover assistência ao desenvolvimento condicionado a ações que protegessem a atmosfera.
A Rede Global do Efeito Estufa, a qual inclui instituições financeiras e legisladores de 35 nações dos seis continentes, foi organizada pelo ambientalista Jeremy Rifkin, no intuito de mobilizar a opinião pública a respeito do problema do aquecimento global. Em sua conferência internacional de outubro de 1988, mais de 100 ativistas concordaram com várias recomendações de ações para reduzir o aquecimento estufa. Entre elas estão: corte de 20% nas emissões de dióxido de carbono até o ano 2000, e de 50% até 2030; incentivos para motivar a eficiência energética e conservação; uma rápida transição a tecnologias de energia solar e renovável; e redução da dívida do Terceiro mundo como forma de incentivar a conservação das florestas tropicais. Em um encontro recente com o Prefeito Tom Bradley de Los Angeles e outros líderes da comunidade, Rifkin notou que a Califórnia é a primeira em uma lista das dez regiões mundiais que emitem maior quantidade de gases estufa. Rifkin e Bradley anunciaram o começo de uma campanha de cidades irmãs no intuito de persuadir as prefeituras e conselhos em todo o mundo a plantar árvores, que absorvam o CO2, e promover conscientização a respeito da importância da conservação e utilização da energia.
Durante 1988, vários projetos de lei foram apresentados ao Congresso norte-americano para reduzir a produção industrial dos gases estufa. Entre eles estão: o National Energy Policy Act in the Senate (Ato Nacional para Política Energética no Senado), e o Global Warming Prevention Act in the House of Representatives (Ato para Prevenção do Aquecimento Global na Câmara dos Deputados). Em janeiro de 1989, o World Environment Policy Act (Ato do Programa Mundial ao Meio Ambiente), com medidas para barrar as emissões de gases estufa, também foi apresentado ao Senado.
No final de 1988, a American Agenda (Agenda Americana), comandada pelos ex-presidentes Ford e Carter, recomendou que o próximo presidente dos EUA. estabelecesse o combate ao aumento do aquecimento global como uma prioridade ambiental e trabalhasse no sentido de confrontar o problema. Na mesma época, 18 organizações ambientalistas norte-americanas lançaram o Blueprint for the Environment (Projeto para o Meio Ambiente), que exigiu do futuro presidente maior atenção em relação ao aquecimento global, e que trabalhasse junto a outras nações com objetivo de firmar um tratado global de redução das emissões de CO2 através da promoção de eficiência energética e de energia renovável, e para propor um programa internacional que interrompesse o desflorestamento e promovesse o reflorestamento.
Em sua agenda de meio ambiente global, de janeiro de 1989, para a Administração Bush, o Worldwatch Institute (Instituto de Vigília Mundial) pediu uma ação severa em relação a um acordo internacional que cortasse as emissões de carbono em 20%, um imposto sobre a gasolina norte-americana de US$ 0,25 por litro, e uma ajuda norte-americana aos esforços de reflorestamento no Terceiro Mundo. Finalmente, em seu artigo "Planet of the Year" ("Planeta do Ano"), realçando o meio ambiente ameaçado da Terra, a revista Time sugeriu às nações que taxassem as emissões de dióxido de carbono, em um esforço de conservar a energia, aumentar os fundos para as fontes alternativas de energia, auxiliar a construção de usinas geradoras de força altamente eficientes nas nações em desenvolvimento e desenvolver programas extensivos de plantio. A Time requereu dos EUA que elevassem o imposto sobre a gasolina em 50 cents por galão, procurasse uma melhor eficiência no consumo de combustível nos carros e promovesse o uso de gás natural.
Depois de anos de descaso por parte dos EUA em relação ao problema do aquecimento global, em janeiro de 1989, o novo secretário de Estado, James Baker, clamou por medidas no senado, no sentido de conter a tendência de aquecimento, incluindo cortes nas emissões de gases estufa, aumento da eficiência energética e reflorestamento.
Finalmente, em março de 1989, a EPA apresentou ao Congresso dos EUA os resultados de um estudo de dois anos sobre as formas de conter o aquecimento. O relatório recomendou passos decisivos a serem tomados até o ano 2000, incluindo aumento da eficiência dos veículos motorizados e isolamento nas residências, uma taxa de carbono sobre os combustíveis fósseis, mais programas de reflorestamento e a eliminação dos CFCs.
(Adaptado de
Manual Global de Ecologia, Ed. Augustus, 1996.)