Todo ano, a Atmosfera recebe uma carga de aproximadamente 9.1015 mol de CO2, principalmente de três fontes: a respiração das plantas e animais (93%), queimadas florestais e combustão de matéria orgânica de origem vegetal (2%), queima de combustíveis fósseis como óleo, carvão mineral, gás natural, entre outros (5%).
Dois processos naturais dão cabo de 95%
do CO2 emitido, cada um contribuindo igualmente. Um deles é
a fotossíntese e o outro é a absorção
de CO2 pelos oceanos devido à reação deste
gás com íons cálcio (e magnésio) e conseqüente
formação de depósitos calcários no fundo dos
mares. Com esses dois processos resta apenas 5% de todo o gás carbônico
emitido sem ser reciclado, uma quantidade percentualmente pequena mas grande
o suficiente para que pequenas variações na quantidade gás
carbônico, emitido por processos antropogênicos,
sejam sentidas no aumento da temperatura média global de nosso planeta.
O gás carbônico adicional contribui mais para o aumento na concentração dos gases estufa na atmosfera (55%) do que todos os outros gases juntos. Estudos realizados com os sedimentos minerais dos oceanos e com os anéis das árvores centenárias, indicam que os níveis de CO2 na atmosfera até o final do século passado estavam ao redor de 200 a 300 ppm. Os cientistas concordam que está havendo um aumento constante na concentração de CO2 na atmosfera desde o tempo em que a queima de carvão e óleo tornaram-se a maior fonte de energia.
Desde a década passada, os níveis médios de CO2 na atmosfera subiram de 280 para 345 ppm, e alguns cientistas acham que estes níveis subirão para 600 ppm em mais ou menos 50 a 75 anos, talvez até em menos tempo. Somente esta mudança poderia aumentar a temperatura global média do planeta de 1,5°C. Uma redução mundial gradual nos emissores de CO2 foi o propósito de reuniões internacionais nos anos 90.
Um grupo de compostos sintéticos denominados clorofluorcarbonos ou CFCs contribuem com aproximadamente 25% do aumento na concentração dos gases estufa. Exemplos de CFCs são CFCl3 e CF2Cl2. Estes compostos foram usados indiscriminadamente como gases refrigerantes porque eles são muito estáveis. Entretanto, a habilidade dos CFCs de contribuir para um aquecimento global, parece muito menor do que suas concentrações na troposfera poderiam indicar. Uma destruição do ozônio na estratosfera torna a baixa estratosfera mais fria, o que refrigera a troposfera.
Por um tratado internacional denominado Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a camada de ozônio, a maioria das fábricas de CFCs estão sendo substituídas gradualmente nesta década. Esforços extremos para encontrar substitutos foram realizados, haja vista as altas cifras e recursos humanos que as antigas indústrias de CFCs envolviam. Foi dada atenção especial a duas famílias de compostos, os HCFCs e os HFCs, como os substitutos para os CFCs mais capacitados para trabalhar nas mesmas máquinas. Nos HCFCs, as moléculas possuem ligações C-F e C-Cl mas também no mínimo uma ligação C-H, o que as torna de alguma forma menos estáveis na troposfera onde elas serão destruídas por reações químicas dirigidas pelo sol na baixa atmosfera. Os HCFCs, entretanto, ainda possuem ligações C-Cl e dessa forma podem soltar átomos de Cl. Os HFCs consistem somente de átomos de H, C e F e dessa forma não podem soltar átomos de Cl. Esforços de pesquisa foram feitos para que se desenvolvesse uma tecnologia inteiramente diferente para uso em refrigeradores.
O metano, que de acordo com uma estimativa perfazia um total de 15% da demanda de gases estufa, se origina por diversas fontes, entre elas principalmente pela ação de bactérias do solo, em pântanos e arrozais.
(Adaptado de Brady & Holum, Chemistry - The Study of Matter and Its Changes, Wiley, 1995.)
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