O efeito
estufa que tanto preocupa a sociedade contemporânea não
é somente um fenômeno minúsculo, como também
oposto à tendência inexorável do planeta. Causado por
um episódico excesso de gás carbônico no ar, ele esconde
o fato de que esse gás está se tornando cada vez mais escasso,
e isso levará à destruição definitiva da biosfera,
o conjunto da vida na Terra. Não é algo que pode ocorrer
do dia para a noite, nem de um milênio para o outro. Mas o que resta
de tempo comparado aos quase 5 bilhões de anos do planeta, é
mínimo - 100 milhões de anos. O problema básico é
que, enquanto envelhece, o Sol emite cada vez mais energia luminosa e acelera
a química terrestre.
Como consequência, o
solo absorve mais CO2 do ar e o converte em carbonato, um tipo
de rocha. Além de certo nível não haverá mais
gás suficiente para as plantas fabricarem substâncias básicas
por meio da fotossíntese - a fonte de alimentos do planeta. A quantidade
mínima de gás carbônico necessário, em cada
1000 litros de ar, equivale a meia garrafa de refrigerante - 0,15 litro
- contra pouco mais de uma garrafa inteira, hoje.
É possível que
as rochas não absorvam CO2 tão rapidamente quanto
se calcula, seu ritmo pode ser desacelerado pela química das raízes
e dos microorganismos do solo. De qualquer modo, daqui a 1 bilhão
de anos, o calor do Sol será suficiente para vaporizar toda a água
do planeta e expulsá-la para o espaço.