Trezentas e vinte toneladas de monóxido de carbono a menos na
atmosfera por dia será o resultado da restrição da
circulação de 20% da frota durante o rodízio da Secretaria
de Estado do Meio Ambiente. É bastante, mas não o suficiente.
Mesmo com 320 toneladas a menos de monóxido - o que corresponde
a cerca de 16% da quantidade total de poluentes lançada na atmosfera
- é possível que, em alguns pontos, a qualidade do ar fique
abaixo do razoável. É por isso que alguns especialistas,
como os do Grupo de Estudos da Poluição do Ar da Universidade
de São Paulo (USP), acreditam que o rodízio só seria
realmente eficaz se restringisse em 50% a circulação, alternando
placas de final par e final ímpar. Essa opinião tem sido
reiterada, por exemplo, pelo físico Paulo Artaxo, da USP. Segundo
ele, a redução de emissão de poluentes na atmosfera
obtida com a restrição de 20% da frota não muda muito
a qualidade do ar. Para os técnicos do Estado, no entanto, um porcentual
acima de 20% não seria suportável para a cidade do ponto
de vista econômico. "Não adianta lançar um programa
que não é viável", argumenta o diretor de Qualidade
do Ar da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), Cláudio
Alonso. "Modelos matemáticos complexos mostraram que 20% é
a proporção adequada."
Transporte coletivo - De acordo com Alonso, São Paulo precisaria ter uma estrutura de transporte coletivo muito mais avançada para poder experimentar uma restrição diária de metade da frota. Outro argumento usado pelo diretor é o fato de que um rodízio desse tipo se deteriora rapidamente. Logo os motoristas começam a adquirir um segundo carro para burlar o programa. Segundo ele, até mesmo o rodízio com restrição de 20% é uma medida que se torna ineficaz com o passar do tempo. "Esse modelo não funcionará mais do que cinco anos em São Paulo", afirmou. Para Alonso, a política de incentivo para a troca de carros antigos por carros mais novos é, a longo prazo, uma alternativa melhor do que o rodízio. Com o lançamento de modelos mais modernos e menos poluentes, a média de emissão de poluentes da frota de São Paulo vem caindo ano após ano. Grama por quilômetro - A Cetesb estima que, em média, cada
veículo da frota que circula diariamente na Grande São Paulo
emita 17 gramas de monóxido de carbono por quilômetro rodado.
No ano passado, cada veículo emitia, em média, mais do que
18 gramas de monóxido de carbono por quilômetro rodado. (Ivana
Moreira)
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Atividade CC-5: O Ciclo do Carbono e Você |