ROGÉRIO WASSERMANN
A cidade de São Paulo gasta anualmente com a saúde de seus
cidadãos mais de US$ 3 milhões por causa da poluição
atmosférica. Só com despesas decorrentes de mortalidade,
seriam mais de US$ 2 milhões. Os dados fazem parte de um estudo
de iniciação científica desenvolvido na Faculdade
de Economia e Administração da Universidade de São
Paulo, em 1994, pela economista e mestranda em geografia urbana Tatiana
Schor. "O estudo é uma maneira eficiente de alertar para o problema
da poluição, já que a forma monetária é
a única forma de cutucar o poder público", alega Tatiana.
Foram analisados os custos decorrentes das internações hospitalares,
gastos com doenças (morbidade) e mortalidade em cinco áreas
de São Paulo, de acordo com uma divisão socioeconômica
e levando em conta dois poluentes encontrados no ar da cidade: partículas
inaláveis e dióxido de enxofre. Outros poluentes importantes
em São Paulo, o monóxido de carbono e o ozônio, não
foram considerados, porque, na época, a rede de medição
da poluição da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(Cetesb) estava sucateada e nem sempre fazia as medições.
"O estudo aponta apenas uma estimativa para dois poluentes, o que indica
que o gasto real com a poluição é muito maior; nunca
será possível medir todos os custos de maneira perfeita",
comenta Tatiana. O estudo também não considera os custos
decorrentes da poluição não ligados à saúde,
como corrosão de materiais e dias parados da indústria em
episódios críticos de poluição.
Óbitos e internações - De acordo com o estudo,
o Município de São Paulo gastou, no total, cerca de US$ 2,2
milhões por conta das mortes que possam ser atribuídas a
problemas decorrentes da poluição. Outros US$ 350 mil foram
gastos com despesas por morbidade, com tratamento de doenças. Os
gastos com internações hospitalares no mesmo período
chegaram a US$ 780 mil.
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