Princípios orientadores
- Igualdade este
princípio estabelece que todos os seres humanos, sem distinção de qualquer natureza,
têm os mesmos direitos e deveres. O direito à educação, que em nosso país é
exercido, em sua totalidade, por uma minoria da população, assume o significado de
espaço peculiar no qual a EAD tem um importante papel a cumprir.
A contribuição que a EAD pode dar em
direção à igualdade passa pela questão da democratização das oportunidades de acesso
ao saber socialmente produzido e acumulado. Pensar em democratização do saber via EAD
exige voltar os olhos para a Educação, entendida em seu sentido maior, e seu estágio de
desenvolvimento em direção ao cumprimento de seu compromisso com toda a sociedade
brasileira, sem que um só de seus membros deixe de usufruir dos benefícios que ela traz.
A história da democratização da educação
em nosso país, passa pela inicial elitização da escola, em que professores e alunos
vinham de um mesmo espaço social. No decorrer, por pressões da sociedade, a escola se
vê obrigada a abrir suas portas para todos os membros, indistintamente. Passam a conviver
alunos e professores com profundas diferenças em termos de experiências e perspectivas
de vida. Os altos índices de reprovação e de evasão expõem a necessidade de que, face
ao novo público, a escola tenha que se repensada. Assim, na busca de novos caminhos, ela
a escola tem-se deparado com as mais diversas experiências na modalidade
presencial. A introdução de novas tecnologias de comunicação de massa impôs a
veiculação de informações por meios nunca antes imagináveis. A educação, então,
extrapola os muros da escola: o educando de hoje é um educando do mundo.
Diante dessa trajetória, pode-se dizer que a
democratização da educação é, então, um objeto de discussão, ainda hoje, quer na
escola ou no desenvolvimento de EAD. O foco são as condições que permitam a
inclusão e não a exclusão de jovens e adultos no acesso ao conhecimento. Isto posto,
pode-se afirmar que, entendida em seu sentido mais amplo que não elimina a
presencialidade de seus esquemas operacionais, que a estes incorpora qualquer meio de
comunicação disponível e que não estabelece requisitos excluídores em suas
programações , a EAD por suas características particulares pode atender
concomitantemente a um grande número de pessoas, em qualquer ponto do planeta e
geograficamente dispersas, abordando qualquer tipo de conteúdo e desenvolvendo todos os
tipos de competências e saberes.
- Diversidade este
princípio implica a aceitação do que é diferente. O respeito à diversidade significa
acreditar que igualdade e diferenças podem caminhar juntas, sem que uma destrua a outra.
A EAD precisa dedicar especial atenção a
esse princípio, tanto por ter sido objeto de preconceitos ao longo de sua história, como
por se tratar de uma estratégia educacional que concretiza os processos de ensino e de
aprendizagem por meio de recursos de comunicação, no qual o contato face a face é
reduzido. As representações que se precisam fazer das realidades sociais, das
situações de interação humana, da organização das comunidades para contextualizar
informações abordadas; os exemplos que se precisam utilizar para esclarecer idéias,
para explicar conteúdos abstratos; as metáforas que se precisam adotar como meio de
aproximar o público daquilo que está sendo tratado, constituem espaços propícios à
irresponsável transmissão de mensagens subliminares, ao inaceitável exercício do
preconceito, ao condenável desrespeito ao que é culturalmente diferente do estabelecido.
A luta contra tudo isso e, em particular,
contra o preconceito de qualquer natureza e a favor da aceitação daquilo que é cultural
ou socialmente diferenciado, se torna uma das perspectivas nas quais a EAD deverá se
configurar, para cumprir seu potencial de democratização do saber. Para essa pretendida
democratização, a EAD precisa desenvolver um esforço especial na preservação e
elevação da auto-estima de educadores e educandos nela envolvidos; sem dúvida, isso
implica em aumentar as possibilidade de chegar-se a uma sociedade mais igualitária e
justa.
- Participação - envolve
distribuir eqüitativamente o poder de interferência e decisão de cada um em particular
e todos, em geral, nas propostas de superação de problemas educacionais, permitindo que
os benefícios advindos das decisões tomadas sejam atribuídos a todos. Nesse sentido, a
EAD precisa ser pensada como um caminho em que o educando possa decidir sobre o quê,
como, quando e onde realizará sua aprendizagem. Isto implica a estruturação flexível e
humanizada de iniciativas EAD, em que o educando participe da escolha do caminho de
aprendizagem que lhe caberá percorrer.
- Solidariedade - impõe à EAD
assumir a responsabilidade de atender a todos, e em particular aos pobres e desassistidos,
em relação a suas necessidades educacionais. Este princípio implica o compromisso de
pensar e concretizar a EAD tendo em vista, principalmente, o atendimento das necessidades
de aprendizagem dos excluídos, propondo o uso de todos os meios didáticos e de
comunicação que lhes permitam o acesso à educação. Isso implica cuidar,
especialmente, da seleção dos meios que permitirão o contato entre educadores e
educandos; será necessário um esforço grande para escapar ao canto das sereias que os
atraentes meios tecnológicos de última geração representam para grande parte dos que
financiam, propõem e desenvolvem iniciativas EAD, em nosso país.
- Liberdade implica a
possibilidade de escolha do caminho que seja mais adequado às necessidades de cada um,
sem que ninguém seja prejudicado por isso. Esse princípio impõe que a EAD seja
entendida como uma oportunidade educacional de igual importância, valor e qualidade
quando considerada em relação à educação presencial escolarizada.
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