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Vamos iniciar um procedimento de sistematização para a observação da chama de velas, procurando nos concentrar inicialmente nos detalhes que já conhecemos e paulatinamente nos afastarmos do senso comum que nos identifica com o fenômeno. Para tanto, caminharemos da "observação livre" até uma "observação dirigida" (livre ou dirigida pelos objetivos do conhecimento científico), procurando evidenciar algumas estratégias de ensino próprias da área de ciências naturais.

Daqui por diante, tenha sempre em mente:

 

É necessário o máximo de atenção durante as etapas de experimentação que se seguem, prendendo cabelo, livrando peças de roupas do campo de ação da chama. No caso de transposição dessa atividade para uma situação de ensino fundamental, certifique-se de que as condições de trabalho sejam adequadas para crianças das faixa etária em questão

 

Acenda uma vela e observe a chama, procurando notar (e anotar) suas formas, cores, sons, odores e outras ocorrências características. Discuta com os colegas, após essa observação individual e silenciosa, as diferentes descrições que cada um conferiu à chama, procurando identificar a origem dessas diferenças. Em seguida, procure relacionar, também em grupo, quais características são mais importantes para identificar completamente essa chama. Prepare com seu grupo um pequeno texto que sirva de relato sobre suas observações. (ver o vídeo)

Procure agora ampliar seu campo de observação, acendendo a vela novamente, e levando em consideração o sistema vela, chama, ar em torno. Faça as anotações e discuta com os outros colegas as diferenças e semelhanças nas observações, ampliando ou alterando o texto anterior.

É importante termos a noção de que a descrição é um procedimento que se coloca entre a observação e a explicação dos fatos. Muitas vezes, contentamo-nos em explicar algo mediante uma descrição pormenorizada, omitindo deliberadamente critérios de juízo, ou seja, sem apresentar proposições de causa-efeito ou comparações. Traçar objetivos para uma determinada atividade implica em estabelecer qual o nível de diagnóstico sobre o fenômeno que desejamos que o aluno desenvolva. A "observação livre" da forma como proposta poderia ter sido condicionada por uma grande diversidade de visões de mundo, mas o fato de ela estar sendo conduzida dentro de uma sala de aula de ciências naturais certamente limitou essa aproximação entre sujeito-fenômeno. Da mesma forma, o tipo de relato produzido também sofreu influência considerável do grupo social que o preparou.

Nessa fase do ensino fundamental, a descrição deve ser tomada como mais um elemento de diagnóstico, mas não como o único elemento. É comum verificar atitudes de desdenho dos professores no que se refere à prática de observação, quando diante de um fenômeno se solicita aos alunos que simplesmente observem. É preciso se dar conta de que a "prática" de observação está impregnada de uma "teoria" amplamente aceita pelo aluno, que se sustenta no senso-comum e que lhe confere sua visão de mundo. Ao orientar as observações, o professor inicia os alunos numa forma de ver o mundo própria da comunidade científica, onde outros elementos de diagnóstico são por diversas vezes mais exaltados.

Ainda assim, esse procedimento merece atenção dos professores que precisam orientar os critérios de observação dos alunos, de modo a compatibilizá-los com os demais elementos de diagnósticos dos fenômenos. Nesse sentido, a proposição de algumas questões pode servir perfeitamente de vetor diretivo para a orientação que desejamos conferir. Vejamos no caso do fogo da vela, quais as questões que se poderia formular de modo que o aluno considere o fenômeno como uma transformação da matéria.

 

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o lado oculto da luz o lado claro da luz o lado velado da luz
 

 

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Atualizado em 05/12/2000

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