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Reinicie sua observação, procurando agora buscar respostas para as seguintes questões: 1) o que você poderia dizer a respeito da parafina,
no que se refere aos seus estados físicos? 2) e sobre o pavio da vela, o que de fato está se passando com o pavio? (Ver o vídeo) 3) quais são as características da fumaça que se forma acima da chama? (Ver o vídeo) 4) há outra forma de identificar as características dessa fumaça? Para cada uma das questões, compatibilize suas observações com suas respostas, ou seja, procure respondê-las de acordo com o que você observa no sistema parafina-chama-fumaça, descrevendo-o por meio de um texto em grupo. Com base nessas descrições subsidiadas pelas questões, discuta com o grupo o seu diagnóstico sobre o sistema parafina-chama-fumaça. Mesmo tendo sido orientados pelo mesmo conjuntos de questões, pode-se dizer que as observações entre os membros do grupo são as mesmas ? Comparando o procedimento de observação livre com o dirigido, qual é o nível de concordância entre as descrições produzidas pelo grupo ? Nessa segunda etapa das observações, procura-se introduzir alguns condicionantes que sabe-se são importantes para o entendimento do fenômeno desde o ponto de vista do conhecimento científico. É nesse sentido, que se procura marcar nas observações os estados físicos da parafina, as diferenças entre as regiões do pavio e as características da fumaça. A estratégia para ressaltar esses condicionantes é o estabelecimento de perguntas mais ou menos abertas, que levam o sujeito a se concentrar sobre um aspecto particular do sistema. Se por um lado, obtém-se uma maior concentração dos alunos sobre aspectos importantes do fenômeno, por outro a elaboração do texto pelo grupo pode ser artificial e burocraticamente reduzida a responder um questionário, o que seguramente não contribui para uma aprendizagem significativa dos sujeitos. É nesse momento que a condução da atividade pelo professor precisa estar firmemente apoiada na noção de que a produção de texto é uma etapa extremamente relevante no processo de construir significados pelo grupo. Em primeiro lugar, é preciso perceber que se trata de uma construção coletiva de texto, o que permite fundamentá-lo com base na negociação de significados pelos sujeitos. Acrescido a isso, deve-se identificá-lo dentro de um gênero que é bastante mais próximo da narrativa, à medida em que fatores temporais e espaciais são incorporados à descrição. Dessa maneira, aquilo que poderia ser tomado como um exercício asséptico, pode ser perfeitamente enquadrado numa atividade compartilhada com outro saber, próprio do campo da linguagem, além de conferir um caráter mais sistematizado para a comunicação das idéias dos alunos. Outras questões talvez mais abertas podem ser formuladas no sentido de aguçar a curiosidade dos sujeitos pelo entendimento e comportamento do sistema em estudo, o que os conduziria por caminhos mais exploratórios. Um exemplo seria diante da situação em que apaga-se a vela com um assopro e aproxima-se um palito de fósforo aceso, sem tocar o pavio mas muito próximo dele, 5) o que de fato pode-se observar ? 6) Formule uma explicação razoável para o que você observou, a partir de uma descrição e incrementando-a com as possíveis causas desse efeito. Nessas questões, a problematização está muito mais presente do que nas anteriores, na medida em que se apresenta um efeito inesperado para os observadores, que têm diante de si uma "anomalia" do sistema que precisa ser entendida e explicada. Certamente, o texto que se produz a partir desse desafio contribui para a sistematização do pensamento dos alunos e o que se deve perceber como mais significativo para o desenvolvimento de uma racionalidade científica é a incorporação de elementos argumentativos à narrativa sobre o comportamento do sistema. Tais elementos podem ser explorados desde o próprio ato de coligir dados extraídos a partir da observação do sistema, até a possibilidade de formular previsões para seu comportamento diante de novas intervenções sugeridas pela interação que se teve num estágio anterior.
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L@PEQ |
Dep.
de Metodologia do Ensino e Educação Comparada. |